
A Páscoa acabou de passar, mas importa saber: passou por nós e fez cá dentro morada? A obra redentora de Jesus está a fazer minha vida ser realmente mudada?
Escolher o caminho que Cristo propõe é, certamente, dizer “não” a muitos e tantos outros caminhos. É, por vezes, mesmo entre pessoas próximas, sustentar decisões absolutamente sozinho.
É escolher o não-lugar do desconforto e quem, em sã consciência, prefere se desconfortar? É um chamado cortante pelo Espírito Santo ao coração, que nos ajuda em toda a situação, nele ter contente decisão.
Em um mundo onde a aparência de ser forte é estar em pé com eloquência diante dos holofotes, Jesus, o Criador de tudo que há (e mais do que podemos sequer pensar), o único que poderia realmente se enaltecer ou gabar, escolheu um não-lugar: em forma humana veio, se humilhou, morreu e ressuscitou para a nós vida eterna doar.
Quando o dono de todo o poder, porque é o próprio Poder em si, deixa como exemplo tal caminho contracultural, é bem provável que fique expresso, em seu legado, que o Evangelho é certa coisa bem desconfortável, extremamente surpreendente, chuta as estruturas da vida simplesmente casuísta e natural.
O conforto sobrenatural em Cristo pressupõe uma fé de confronto: dos meus naturais desejos, de tudo o que desvia da Palavra viva a nós deixada, das débeis tentativas de chegarmos até Deus com atitudes equivocadas, por força própria, mérito qualquer ou cumprimento de boas ações, não podemos em nós mesmos nos salvar. Em sua graça divina, ele escolheu vir até (e por) nós para que nele salvação pudéssemos alcançar.
A loucura do Evangelho é: um Deus que tudo pode, escolher nada ser para dar vida a alguém que nada pode, mas acha que em sua fraca força algo pode fazer. É a subversão da lógica do “fazeísmo”. É sair das amarras do cansaço do esforço próprio e descansar nos braços do Amor que é nome próprio, pois é o próprio e verdadeiro Amor.
A mais intrigante história de Amor, um convite em carta aberta à humanidade: enquanto há vida, há tempo de abraçar esse Amor que durará para sempre, de eternidade em eternidade.
Texto de Mariana de Salve